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No livro "A Física da Alma", do indiano Amit Goswami (tradução de Marcello Borges, ed. Aleph, 2a. edição, 4a reimpressão, 2011, páginas 254/255), temos a seguinte passagem, in verbis:
..."O novelista Herman Hesse, em Sidarta, captou a atemporalidade do Ser imortal nesta conversa com Siddharta e seu amigo Govinda:
- Você também aprendeu este segredo com o rio, que não existe isso de tempo? O rio está em toda parte ao mesmo tempo, na fonte e na boca, na queda d`água, na balsa, na corrente, no oceano e nas montanhas, em toda parte, e o presente só existe por si, não como sombra do passado, nem como sombra do futuro?
- Assim é (disse Sidarta), e, quando aprendi isso, revi minha vida"...
Interessante o contexto: não o rio visível, cuja água corre no seu leito, mas o que compõe o rio está em todo lugar...Ou alguém diria que o rio estaria morrendo porque algumas das suas moléculas de água se evaporaram? Alguém diria que a água que alguém ou um animal bebeu corresponderia a um tipo de morte do rio? Ciclos... da mesma água!
No mesmo livro (obra citada, página 255), o autor prossegue:
... "Perceber que o Ser está além do tempo é ir além da criatividade: é libertação", diz o sábio Krishnamurti (Krishnamurti, 1992)
A jornada para a libertação não pode começar de fato enquato estivermos apaixonados pela mente e suas flutuações de humor. Ela não pode começar enquanto estivermos em conflito com os princípio éticos de nossas ações." ...
(...)
"A percepção da verdade é que nos liberta"... (fonte e página citada)
Da leitura dessa obra realmente interessante, fizemos uma reflexão acerca de passagens do Evangelho, na codificação de Kardec e nas obras de Roustaing (sobre este, neste blog há texto a respeito; para consulta, clique em http://ordembezerrademenezes-nit.blogspot.com.br/2011/11/espiritismo-sistematizacao-em-franca.html).
Como verdade universal, também Jesus nos disse que era "o Caminho, a Verdade e a Vida" e que nos cabia "amar a Deus acima de tudo e ao próximo como a si mesmo" (Mateus, 22, 34 e 40) e a praticar este amor através da prática da Caridade.
E a esse amor não se permite chegar quem ainda vive impregnado da raiva, da ira, do preconceito, quem com tudo se ofende, quem desconta nos outros aquilo que está mal resolvido, quem não é capaz de "dar a mão" sem esperar recompensa, quem está de mal com o mundo e com isso de mal consigo mesmo... Mais uma vez outros ensinamentos e baseados na tradição oriental e na longa história universal coincidem com os ensinamentos de Jesus que o ocidente difunde e defende, exatamente porque relativos ao progresso moral do ser humano e por estarem de acordo com a Verdade Universal que emana de Deus.
Mais uma vez temos uma coincidência que, se por um lado não justificam as chamadas "guerras santas" - que na verdade nada tem de próprio com o verdadeiro valor do puro amor universal - por outro lado nos chama ao nosso dever de colocarmos em prática na nossa vida a fé e a confiança no Ser maior, que é Deus, para bem desenvolvermos nossas potencialidades em prol do nosso progresso espiritual, sem medo, com seriedade e dedicação, materializando em atos pró-ativos aquilo que falamos ao fazermos a oração do "Pai Nosso", quando dizemos "seja feita a Vossa vontade", porque na verdade sabemos que se nossa "vontade" está impregnada de paixões menores e que atrapalham nosso progresso, ao mesmo tempo sabemos e acreditamos que a vontade de Deus - do Amor puro, verdadeiro e incondicional - é a revelação do amor universal, essencial e não superficial, além da comprovação científica dos incrédulos, mas real.
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Mensagens assim, leves mas ao mesmo tempo profundas, nos ajudam a compreendera imortalidade da alma e a finitude da carne.
ResponderExcluirMuito sábia!
Adorei.
ResponderExcluirAssim fica fácil explicar para os mais resistentes sobre a imortalidade da alma e o conceito de reencarnação.
bj