domingo, 13 de junho de 2010

Sócrates, Platão e Kardecismo - Anotações

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Antes de Sócrates, as indagações dos primeiros filósofos referem-se ao Cosmo, com questionamentos acerca do elemento primordial da vida, se a água, o ar, o fogo ou a Terra.

A vinda de Sócrates muda essa abordagem e o homem volta-se para dentro de si mesmo, através da maiêutica, do conhecimento de si mesmo. O autoconhecimento era um dos pontos básicos da filosofia socrática. A recomendação básica que fazia aos seus discípulos era “conhece-te a ti mesmo”, frase inscrita no Oráculo de Delfos.

Indagava-se e aos seus acerca da “essência do homem” e respondia dizendo que o homem é a sua alma, que o distingue de todos os seres da natureza.

Penso que não ter necessidade é coisa divina e ter as menores necessidades possíveis é o que mais se aproxima do divino” (Sócrates)

“Ele supõe saber alguma coisa e não sabe, enquanto eu, se nao sei, tampouco suponho saber. Parece que sou um pouco mais sábio que ele exatamente por não supor que saiba o que nao sei” (Sócrates)

Dizia ter um “gênio”, que consideramos como um espírito amigo ou espírito protetor.
DEUS

Para Sócrates, Deus é uma inteligência onipresente, onisciente, onipotente, absolutamente invisível ao homem. Deriva a prova da existência de Deus da finalidade do mundo. A ordem cósmica (o providencial de acontecer) é obra de um Espírito inteligente e não do acaso.

Platão, discípulo de Sócrates, dá continuidade ao método socrático, aperfeiçoando-o. Depois de Platão surgiu Aristóteles. E assim poderíamos ir arrolando os diversos filósofos até chegarmos à época atual.

Platão deixou-nos um estudo muito interessante e que nos leva a profundas reflexões, conhecido como “O MITO DA CAVERNA”. Por esta alegoria, nos explica a evolução do processo do conhecimento:

“Segundo ele, a maioria dos seres humanos se encontra como prisioneiro de uma caverna, permanecendo de costas para a abertura luminosa e de frente para a parede escura do fundo. Devido a uma luz que entra na caverna, o prisioneiro contempla na parede do fundo as projeções dos seres que compõem a realidade. Acostumado a ver somente essas projeções , assume a ilusão do que vê, as sombras do real, como se fosse a verdadeira realidade.

Se escapasse da caverna e alcançasse o mundo luminoso da realidade, se libertaria da ilusão. Mas estando acostumado às sombras, às ilusões, teria que habituar os olhos à visão do real: primeiro olharia as estrelas da noite, depois as imagens das coisas refletidas nas águas tranquilas, até que pudesse encarar o Sol, e enxergar a fonte de toda a luminosidade.

Segundo Platão, somente os filósofos - eternos buscadores da verdade - é que teriam condições de libertar-se da ilusão do mundo sensível e atingir a plena sabedoria da realidade. Por isso, em seu livro República, imaginou uma sociedade ideal, governada por reis-filósofos - pessoas capazes de atingir o mais alto conhecimento do mundo das ideias, que consiste na ideia do bem
.”


PENSAMENTOS E PONTOS COMPARADOS

DEUS


Para Sócrates, Deus é uma inteligência onipresente, onisciente, onipotente, absolutamente invisível ao homem. Deriva a prova da existência de Deus da finalidade do mundo. A ordem cósmica (o providencial de acontecer) é obra de um Espírito inteligente e não do acaso.

Para o Espiritismo, Deus é a inteligência suprema, causa primária de todas a coisas. Seus atributos são: eterno, imutável, imaterial, único, todo-poderoso e soberanamente justo e bom. Para crer em Deus é suficiente lançar os olhos às obras da sua Criação. Não há efeito sem causa. Se o efeito é inteligente a causa também o é.

ALMA

Para Sócrates, a alma participa da natureza divina e é dada por Deus ao homem; a vida não depende do corpo, depende da alma; através da união da alma ao corpo, a alma se macula, e só reconquista sua pureza pela libertação do corpo.


Para Platão o homem é a união da alma e do corpo. A alma é a essência do corpo, e tem a natureza das idéias. Alma é o princípio do movimento e da vida, portanto imortal.
Classifica-a em: Alma racional – alma-cabeça; Alma passional – alma-peito; Alma apetitiva – alma-ventre.

Para o Espiritismo, a alma é o Espírito encarnado. Para progredir no mundo material, une-se ao princípio vito-material do gérmen, e sofre todas as limitações que a matéria impõe ao Espírito imortal.

REENCARNAÇÃO

Para Platão, se a alma, quando penetra o corpo, não busca manter sua pureza, quando morre o corpo, não retornará ao mundo das idéias, mas estará sujeita à transmigração para outro corpo de homem ou animal (metempsicose), segundo as predileções que tenha manifestado.

Para o Espiritismo, a alma, quando não atinge sua evolução espiritual completa, entra no mundo espiritual denominado de erraticidade, e espera por uma nova oportunidade de voltar a este mundo. A reencarnação num corpo material é uma conseqüência da impureza da alma.

QUESÕES MORAIS

A JUSTIÇA


Sócrates e Platão tratam constantemente da purificação da alma.

Platão nos diz que para cada parte da alma há uma virtude: Alma racional – sabedoria; Alma passional – coragem, fortaleza; Alma apetitiva – temperança.

A justiça engloba todos esses tipos de alma – requisitos essenciais para a harmonia do ser e, por conseguinte, para a felicidade. Quem pratica uma injustiça deve ser punido e a pena, a expiação, é a purificação (catharsis), ou seja, a libertação do mal anterior.

Para o Espiritismo, a Lei de Amor, Justiça e Caridade é a mais importante das leis naturais, porque resume todas as demais e dá-lhe suporte. O Código da Vida Futura segundo o Espiritismo pode ser resumido em: arrepender-se, sofrer e reparar o mal (injustiça).

RIQUEZA

Para Sócrates e Platão, a riqueza é um grande perigo. Todo homem que ama a riqueza não ama nem a si, nem o que está em si. O apego aos bens materiais é perda da alma.
Para o Espiritismo, a riqueza é uma prova mais difícil do que a pobreza, porque pode provocar o apego aos bens materiais, e dificultar o acesso aos bens espirituais.

MÁXIMAS

Sócrates e Platão: “É pelos frutos que se reconhece a árvore”.

Espiritismo: encontra-se textualmente repetida nos Evangelhos;

Sócrates e Platão: “A virtude não se pode ensinar; ela vem por um dom de Deus àqueles que a possuem”.

Espiritismo: evoca os esforços para conquistá-la.

Sócrates e Platão: “É uma disposição natural, em cada um de nós, aperceber-se bem menos dos nossos defeitos que dos de outrem”.

Espiritismo: o Evangelho diz: “Vedes o argueiro no olho do vosso vizinho, e não vedes a trave que está no vosso”.

CODIFICAÇÃO DO ESPIRITISMO

Sócrates, quando ensina nas praças públicas, lança as sementes da maioridade terrestre, o formoso ideal da fraternidade e da prática do bem.

Jesus, cinco séculos depois, vem ensinar o “Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo”.

Depois de Jesus tivemos os contributos de São Francisco de Assis, Santo Agostinho, Descartes, Kant, Espinosa, Barret, Crookes e outros.

Em 18/04/1857, com o lançamento de O Livro dos Espíritos, Kardec fornece ao mundo o embrião da Doutrina dos Espíritos. Muito, de lá para cá, se escreveu, construiu e consolidou, acerca da doutrina.

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Vide: Alan Kardec (O Evangelho Segundo o Espiritismo e O Livro dos Espíritos);
http://scm2000.sites.uol.com.br/mitodacaverna.html;
http://www.mariodeandrade.com.br/revistaeletronica/sophiavirtual/platao.htm

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Um comentário:

  1. LINDA A IDÉIA DA IMAGEM DA POSTAGEM. TEXTO INTERESSANTE. (-: :-)

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