terça-feira, 30 de agosto de 2011

USO MORAL DOS DONS NATURAIS - CONSIDERAÇÕES PARA REFLEXÃO

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Além dos textos sagrados e do Evangelho Segundo O Espiritismo, este codificado por Kardec, há muitos estudos e pensamentos que são importantes para nosso aprendizado... Exemplo disso é a passagem abaixo transcrita, de autoria de Luc Ferry, no debate travado com Lucien Jerphagnon, ocorrido na Sorbonne (França), no anfiteatro Descartes, em 16.2.2008, in verbis:


... "basta reler a parábola dos talentos. Um mestre entrega a três servidores, antes de partir em viagem, uma quantia em dinheiro. Ele dá cinco talentos ao primeiro, dois ao segundo e apenas um ao último. Na volta, os dois primeiros lhe devolvem, respectivamente, dez e quatro talentos - e ele os felicita igualmente - mas o último restitui apenas um. Em vez de fazê-lo frutificar, ele o enterrou com medo do mestre... que o expulsa com a maior severidade!


Essa parábola, aparentemente banal, representa, de fato, uma verdadeira revolução. Ela significa que o valor moral de um ser não depende dos dons naturais que ele recebeu no início, e sim do que ele faz deles; não da natureza e sim da liberdade. É uma ruptura com o mundo aristocrático no qual a hierarquia social reflete as desigualdades naturais." ... "tudo depende não de seus talentos naturais, mas do que ele fará deles. Kant e os republicanos franceses retomarão o tema, explicando - esse é o sentido da primeira página dos Fundamenos da Metafísica dos Costumes - que os dons naturais (beleza, memória, inteligência, força...) não são moralmente bons em si mesmos. A prova? É que todos podem ser postos indiferentemente a serviço tanto do bem quanto do mal, o que prova que apensa seu uso é moral. "... (autores citados; livro "A Tentação do Cristianismo - de Seita a Civilização, tradução de Vera Lúcia dos Reis - Ed. Objetiva, páginas 83/84, destacamos e grifamos)


Isso é de alta relevância e reflexo de verdade contida e expressada na idéia do LIVRE ARBÍTRIO... somos nós os únicos responsáveis pelo que causamos, seja por nossas omissões ou por nossas ações... e, dentro da advertência de que podemos fazer o que quisermos, mas jamais fugir dos frutos que naturalmente decorrem daquilo que semearmos... Lembremo-nos: a semeadura é livre, mas a colheita é obrigatória...


Do mesmo modo, mais uma vez fica destacada a importância de saber desenvolver e bem utilizar todas as potencialidades dos nossos espíritos e dos nosso corpos, habitáculos temporários daqueles, não para usufruir egoísticamente da matéria, mas para um atuar que construa permanentemente e/ou aprimore o nosso desenvolvimento moral...


Que trabalhemos sempre e incansavelmente pelo nosso progresso moral !








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3 comentários:

  1. Muito interessante o texto. Leva-nos a meditar sobre o propósito da vida e do que fazemos nesta existência. Será que cumprimos o nosso papel? Será que o tempo está sendo bem aproveitado?

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  2. Muito oportuno um texto desses num momento em que temos tantas notícias de corrupção e de maus exemplos mundo afora.

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  3. Sabedoria, sensibilidade, responsabilidade, consciência e paz interior. QUe nossos dons fluam, sempre mais e mais.

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