quarta-feira, 13 de março de 2013

QUEM ÉS TÚ?







No livro ALICE NO PAÍS DAS MARAVILHAS, de LEWIS CARROL, há passagem onde a personagem Alice encontra a lagarta e se dá o seguinte diálogo:

"- Quem és tu? Estas palavras não eram lá muito encorajadoras para começar uma conversa. Alice respondeu timidamente: - Eu…senhor, eu agora neste momento nem sei. Sei, pelo menos, o que eu era, quando me levantei esta manhã, mas acho que devo ter mudado várias vezes desde então...

- Que história é essa? – disse a Lagarta, com um ar severo – Explica-te bem!
- Eu não me posso explicar, senhor, porque eu não sou eu, percebe…- disse  Alice. No momento não tenho muita certeza. Quer dizer, eu sei quem eu era quando acordei hoje de manhã, mas já mudei uma porção de vezes desde que isso aconteceu.  Receio que não possa me explicar, porque é justamente aí que está o problema. Posso explicar uma porção de coisas mas não posso explicar a mim mesma.

-Tu?? Ora, quem es tu..."

Mais adiante, falam assim:

..."Bem, talvez você ainda não percebeu isso’, 
replicou Alice, ‘mas quando você tiver que se 
transformar num casulo – você terá um dia, você 
sabe – e então, depois disso, numa borboleta, 
eu penso que você sentirá 
isso um pouco estranho, não?’



Na mesma linha, o filósofo SÓCRATES disse a célebre frase: "-Só sei que nada sei"...

Para falar nos clássicos, dentre tantos também agora recordamos a seguinte frase, contida no livro O PEQUENO PRÍNCIPE, de ANTONIE EXUPÉRY , in verbis:

" _ Os homens esqueceram essa verdade, 
disse a raposa. Mas tu não a deves esquecer. 
Tu te tornas eternamente responsável 
por aquilo que cativas." ...

JESUS nos disse que se conhece os homens pelas obras, como nos narram os Evangelistas Lucas, Mateus e Marcos (Lucas, VI: 43-45; Mateus, VII: 15-20 e  XXIV: 4-5, 11-13, 23-24; Marcos, XIII: 5-6, 21-22)

 Temos a concepção de que o caminho para a autocompreensão passa pela capacidade de assumir que não podemos dominar tudo na vida, que não dominamos os pensamentos das pessoas com quem convivemos, que não somos o centro do mundo, que nos é impossível saber tudo ou entender absolutamente tudo, mas que devemos estar atentos ao que nos cerca e a nos permitir ao menos sentir o quão importantes somos nessa complexa existência... 

Aquela frase de Sócrates, acima transcrita, nos dá bem a idéia de que somos eternos aprendizes.     Estamos aqui para aprender e, no exercício do livre-arbítrio, prosperar em nosso aprendizado  e evolução moral. SE não somos perfeitos somos, no  entanto, perfectíveis, ou seja, podemos aprender  com os bons tanto quanto com os nossos erros etc

Se somos intolerantes, como podemos exigir que sejam tolerantes com os nossos tantos erros e defeitos? 

Se não aceitamos que envelhecemos ou se não gostarmos da imagem que vemos refletida no espelho, como podemos esperar que outros nos aceitem ou gostem de nós? Afinal,   somos o que somos ou somos um personagem que criamos para sobreviver nesse mundo? Os que convivem conosco realmente nos conhecem ou apenas se iludem ao "conviverem" com um personagem?

Somos capazes de sorrir espontaneamente ou disfarçamos nossas emoções nos escondendo atrás de um sorriso disfarçado?

Se não nos valorizamos, se não nos achamos capazes, se não buscamos superar certas dificuldades, se não temos fé em Deus ou em nós, como poderemos esperar que outros confiem em nós?

Se nos damos pouco, como esperar que as pessoas correspondam com generosas manifestações de afeto, respeito, carinho, solidariedade e amor? Afinal, é dando que se recebe !

Aliás, como disse EXUPÉRY, no livro antes citado, nos tornamos eternamente responsáveis por aquilo que cativamos... ou como disse-nos CHICO XAVIER, a semeadura é livre, mas a colheita obrigatória...

Somos imagem e semelhança de Deus, do Deus vivo, incondicionalmente amoroso, onipesente e onisciente e onipotente. Temos em nós a centelha divina... Somos parte do Todo... Somos deuses, como Jesus falou (...-"Vós sois deuses" ).  Quando nos sentimos parte do todo, quando temos o coração cheio de amor a Deus e ao próximo, quando nos sentimos integrados nesse contexto movido pelo verbo, pelo Amor, não nos sentimos isolados, doentes ou abandonados, mas importante parte da obra maior...

Que não tenhamos medo de errar ou acertar, que não tenhamos medo de nós mesmos, que não tenhamos medo dos nossos medos, que não tenhamos medo de nos mostrarmos sem máscaras ou disfarces cercados por nossos entes queridos, sejam familiares ou amigos, que estejamos com o coração aberto para que Deus nos toque - basta que queiramos e que não nos fechemos à pura energia ao ao fluido universal - e transforme as nossas vidas e que assim o nosso embrutecido coração possa bater mais forte, potencializado pelo fluir natural e leve do Amor que nos envolve...

Paz!



(imagem coligida da internet - autoria desconhecida)


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