terça-feira, 29 de março de 2011

FORA DA CARIDADE NÃO HÁ SALVAÇÃO


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Ontem a palestra foi sobre o capítulo intitulado FORA DA CARIDADE NÃO HÁ SALVAÇÃO... Não se fala que fora da Igreja não há salvação ou que ao se professar esta ou aquela religião ou modo de fé se terá a salvação e nem se define a salvação...

Mas compreende-se que a "salvação" é estar sob a proteção sagrada da pureza e amor maior que é Deus e que, pela caridade, igualam-se todos os homens em oportunidade e essência, na medida em que se não exige de um ou outro nada, nenhum ritual, nenhum modo dogmático de se agir ou pensar, a filiação a uma ou outra religião, nada... mas apenas a prática, o exercício, a demonstração interior e gratuita, mais do que a exteriorizada, do amor ao próximo...

E diz o evangelho que quem ama ao próximo ama a Deus e que esse amor ao próximo se manifesta pela prática da caridade...

Noutro ponto do Evangelho, disse-nos Jesus "que a mão esquerda ignore o que faz a direita”, acrscentando que “aquele que fizer o bem com ostentação já recebeu a sua recompensa.”

Nessa senda, a máxima "fora da Igreja não há salvação" apoia-se na fé em dogmas particulares e próprios de determinada forma de religião (religare), muitas das vezes causadoras de conflitos mundo afora, como vemos nos jornais etc... Quantas guerras foram praticadas em nome de "determinada forma de se adorar" Deus, quando Deus é muito mais comunhão interior do que a prática de determinada doutrina religiosa...

Por outro lado, a idéia "Fora da Caridade não há salvação" iguala a todos os homens perante Deus, segundo a consciência de cada um e a capacidade de amamo-nos e de amar ao próximo...

Também a idéia de que "Fora da Verdade, não há salvação" não abriga todos os homens, na medida em que uns dizem e dirão que são donos "da verdade" mais do que os outros e, do mesmo modo que o considerado no parágrafo acima, isso não une a todos mas divide o mundo em "donos dessa verdade", donos "daquela verdade" etc etc... Alimenta-se, em parte, o egoísmo e a vaidade nos homens e os seus negativos reflexos...

Já a CARIDADE pode ser por todos praticada e, de acordo com o Evangelho, admite-se que o indivíduo pode salvar-se qualquer que seja a sua crença, contando que observe a Lei de Deus.

Segundo S. Paulo, em mensagem enviada em Paris no ano de 1860, diz: _ "Todos os que praticam a CARIDADE, são discípulos de JESUS.(Apostolo Paulo, Paris, 1860) e conclui dizendo que dentre a fé, a esperança e a caridade, o mais importante é a "caridade", porque iguala a todos os homens e os libertam das amarras dos credos (S. PAULO, 1ª Epístola aos Coríntios, cap. XIII, vv. 1 a 7 e 13.)

Este maravilhoso princípio assim nos é explicado: - "Amarás a Deus de toda a tua alma e a teu próximo como a ti mesmo; toda a lei e os profetas se acham contidos nesses dois mandamentos." E, para que não haja equívoco sobre a interpretação do amor de Deus e do próximo, acrescenta: "E aqui está o segundo mandamento que é semelhante ao primeiro" , isto é, que não se pode verdadeiramente amar a Deus sem amar o próximo, nem amar o próximo sem amar a Deus. Logo, tudo o que se faça contra o próximo o mesmo é que fazê-lo contra Deus. Não podendo amar a Deus sem praticar a caridade para com o próximo, todos os deveres do homem se resumem nesta máxima: FORA DA CARIDADE NÃO HÁ SALVAÇÃO.

Em "Instruções dos Espíritos", no Evangelho, temos: - "Meus filhos, na máxima: Fora da caridade não há salvação, estão encerrados os destinos dos homens, na Terra e no céu; na Terra, porque à sombra desse estandarte eles viverão em paz; no céu, porque os que a houverem praticado acharão graças diante do Senhor. Essa divisa é o facho celeste, a luminosa coluna que guia o homem no deserto da vida, encaminhando-o para a Terra da Promissão. Ela brilha no céu, como auréola santa, na fronte dos eleitos, e, na Terra, se acha gravada no coração daqueles a quem Jesus dirá: Passai à direita, benditos de meu Pai. Reconhecê-los-eis pelo perfume de caridade que espalham em torno de si Nada exprime com mais exatidão o pensamento de Jesus, nada resume tão bem os deveres do homem, como essa máxima de ordem divina. Não poderia o Espiritismo provar melhor a sua origem, do que apresentando-a como regra, por isso que é um reflexo do mais puro Cristianismo. Levando-a por guia, nunca o homem se transviará. Dedicai-vos, assim, meus amigos, a perscrutar-lhe o sentido profundo e as conseqüências, a descobrir-lhe, por vós mesmos, todas as aplicações. Submetei todas as vossas ações ao governo da caridade e a consciência vos responderá. Não só ela evitará que pratiqueis o mal, como também fará que pratiqueis o bem, porquanto uma virtude negativa não basta: é necessária uma virtude ativa. Para fazer-se o bem, mister sempre se torna a ação da vontade; para se não praticar o mal, basta as mais das vezes a inércia e a despreocupação.

Meus amigos, agradecei a Deus o haver permitido que pudésseis gozar a luz do Espiritismo. Não é que somente os que a possuem hajam de ser salvos; é que, ajudando-vos a compreender os ensinos do Cristo, ela vos faz melhores cristãos. Esforçai-vos, pois, para que os vossos irmãos, observando-vos, sejam induzidos a reconhecer que verdadeiro espírita e verdadeiro cristão são uma só e a mesma coisa, dado que todos quantos praticam a caridade são discípulos de Jesus, sem embargo da seita a que pertençam. Paulo, o apóstolo. (Paris, 1860.)."

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