domingo, 9 de maio de 2010

Uma bela estória sobre uma Mãe e sua luta pela vida das crianças, em plena 2a. Guerra - para reflexão

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"Heroísmo Materno

Foi em dezembro de 1944 que tudo começou. Os caminhões chegaram no campo de concentração e despejaram 54 crianças, tendo a mais velha 14 anos e muitos bebês.

No alojamento das mulheres, Luba Gercak dormia. Acordou sua vizinha de beliche e lhe perguntou: Está escutando? É choro de criança.



A outra lhe disse que voltasse a dormir. Ela devia estar sonhando. Todos conheciam a história de Luba, que ainda adolescente se casara com um marceneiro, com quem teve um filho, Isaac.

Quando veio a guerra, os nazistas lhe arrancaram dos braços o filho de três anos e o jogaram em um caminhão, junto com outras crianças e velhos, por considerarem-nos inúteis para o trabalho e, portanto, com destino certo: a câmara de gás.

Logo mais, ela pôde ver o corpo, sem vida, do marido.

No primeiro momento, desistira de viver. Depois, a fé lhe visitou a alma e ela percebeu que Deus esperava muito mais dela. Então, passou a ser voluntária nas enfermarias.

Novo choro de crianças.

Abriu a porta do alojamento e viu meninos, meninas, bebês apinhados, em choro, no meio do campo, separados de seus pais, desnorteados e com fome e frio.

Luba as trouxe para dentro. E porque protestassem as demais ocupantes do infecto alojamento, ela as repreendeu, dizendo: " - Vocês não são mães? Se fossem seus filhos, diriam para que eu os deixasse morrer de frio? Eles são filhos de alguém."

O seu filho morrera, mas ela faria tudo para que aquelas crianças vivessem e falou com o oficial da SS no acampamento e lhe contou o que fizera. Ela suplicou pelas crianças e ganhou um soco no rosto, jogando-a no chão.

Ela se levantou, com o lábio sangrando e falou: " - Sou mãe. Perdi meu filho em Auschwitz. Você tem idade para ser avô. Por que há de querer maltratar crianças e bebês?"

Fique com elas, foi a resposta seca do oficial.

Mas ficar com elas não era suficiente. Era necessário alimentá-las. Nos dias que se seguiram, todas as manhãs, ela ia ao depósito, à cozinha, à padaria, implorando, barganhando e roubando alimentos.

Os meninos ficavam à janela e quando a viam chegar diziam uns aos outros: " - Lá vem irmã Luba. Ela traz comida para nós!"

À noite, ela cantava canções de ninar e as abraçava. Era a mãe que lhes faltava. As crianças, que falavam holandês, não entendiam as palavras de Luba, que era polonesa, mas compreendiam seu amor.

Em 15 de abril de 1945, os tanques britânicos entraram no campo, vitoriosos, e em seis idiomas passaram a rugir os alto-falantes: Estão livres! Livres!

Luba conseguira salvar 52 das 54 crianças que adotara como filhos do coração.


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Em abril de 1995, 50 anos após a libertação, cerca de 30 homens e mulheres se reuniram na Prefeitura de Amsterdã para homenagear aquela mulher. Recebeu, em nome da Rainha Beatriz, a medalha de prata por serviços humanitários. No entanto, declarou que sua maior recompensa era estar com aqueles seus filhos que, com o apoio de Deus, conseguira salvar.


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Por isso tudo nunca pensemos que somos muito pequenos para lutar pelas grandes causas, ou que estamos sós. Quem batalha pela justiça, tem um insuperável aliado que se chama Deus, nosso Pai.


Condensação da estória “Uma heroína no inferno”, in Seleções do Reader’s Digest, março de 1999.

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