sábado, 15 de maio de 2010

Monteiro Lobato e o Corpo e o Espírito ou O Principal e o Acessório

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Ao nascer ganhamos um cavalo – o nosso corpo.

Só que, com o tempo, se o cavalo adoece e morre,
pensamos que somos nós que morremos

(Monteiro Lobato,
em Chico Xavier,
Recomendado para quem acredita em espíritos,
de Laerte Agnelli -
Grupo Espírita Emmanuel S/C Editores)



Sobre isso, podemos pensar nas idéias de principal e acessório e na confusão aparente sobre o que se vê e se toca (o corpo físico) e o que o anima e, portanto, lhe dá vida, ou seja, o espírito.


Ora,
o principal não é o corpo físico, mas a alma, sob vários fundamentos, sendo talvez o principal deles o fato de que o corpo é como que uma vestimenta temporária para o corpo, como se fora uma roupa que se pega no armário pela manhã e que se despe à noite, exemplo bem razoável, principalmente se aceitamos a idéia da pluralidade de reencarnações e a idéia de que um ciclo encarnado seria como se fosse um dia numa semana nossa, no calendário do nosso mundo material...


Mas isso não significa que o corpo não mereça ser cuidado, muito ao contrário. O corpo merece todos os cuidados já que ele é importante equipamento, temporário, para que o espírito que o anima cumpra o seu papel, naquele ciclo encarnatório.


Neste sentido, vejamos a lição abaixo, que nos chegou por
Chico Xavier:


"
Não menosprezes teu corpo, a pretexto de ascensão à virtude.


Recorda que a semente responsável pelo pão que te supre a mesa, em muitas ocasiões, se valeu do adubo repelente a fim de poder servir-te e que a água a derramar-se do vaso para acalmar-te a sede, quase sempre, foi filtrada no charco, para que a secura não te arruinasse a existência.


O corpo físico é o santuário em que te exprimes no mundo.


Não olvides semelhante verdade para que não respondas com o desleixo à Previdência Divina que, com ele, te investiu na posse de valiosos recursos para o teu aperfeiçoamento de espírito na vida imperecível.


Realmente, as almas vacilantes na fé e ainda aprisionadas às teias da ignorância arrojam-no aos desvãos da aventura e da inutilidade, mas os caracteres valorosos e acordados para o bem, dele fazem o precioso veículo para o acesso às alturas.


Com o corpo terrestre, Maria de Nazaré honorificou a missão da Mulher, recebendo Jesus nos braços maternais e Paulo de Tarso exalçou o Cristianismo nascente, atingindo o heroísmo e a sublimação... Com ele Francisco de Assis imortalizou a bondade humana; Iordano Bruno lobrigou a multiplicidade dos mundos habitados; Galileu observou o movimento da Terra em plena vida cósmica; Vicente de Paulo teceu o poema inesquecível da caridade e Beethoven trouxe ao ouvido humano as melodias celestiais...


Lembra-te de que teu corpo é harpa divina.


E ao invés de lhe condenares as cordas ao abandono e à destruição, tange nelas, com o próprio esforço, o hino do trabalho e da fraternidade, da compreensão e da luz, que te fará nota viva e harmoniosa na sintonia de amor universal com que a Beleza Eterna exalta incessantemente a Sabedoria Infinita de Deus
."
(Xavier, Francisco Cândido, cit. "Viajor", ditado pelo Espírito Emmanuel).



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